Escritor: Edvaldo Arlégo
Onde comprar: Livraria Jaqueira e Edições Edificantes
Informações:
Exclusivo: veja o primeiro cartaz de Gonzaga – De Pai Pra Filho, dirigido por Breno Silveira | |
“Considero Luiz Gonazaga um baluarte [da música brasileira]”, conta Chambinho por telefone. “A bossa nova tem influência do baião e até a MPB tem uma influência muito forte dele Se for reparar, antes dele todos os cantores tinham aquela voz impostada, até mesmo no samba. Entre os cinco maiores da música popular, ele com certeza está no meio”, reflete. “Conseguiu urbanizar uma coisa que já existia lá no sertão - e com propriedade” A história de como Chambinho (nascido Nivaldo Expedito de Carvalho), de 32 anos, chegou ao papel, daria um filme em si – especialmente se levarmos em conta a empolgação dele ao narrar dia a dia as lutas e as expectativas com o papel. A esposa o inscreveu para o processo seletivo sem seu conhecimento e foi escolhido para um teste. O problema foi que só depois o casal soube onde seria essa primeira parte da seleção: na Lapa. Ou melhor, nos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro. “E eu moro em São Bernando do Campo” (São Paulo)”! Mas ele não se intimidou, resolveu investir mesmo. Alugou um carro e a santa esposa foi dirigindo a manhã toda, enquanto ele ia tentando decorar os textos. Chegando lá, alheio ao funcionamento do mundo da produção de cinema, cansado e tenso, o nervosismo fez com que esquecesse as falas e ele acabou fazendo o teste lendo. Ainda assim, foi selecionado para conversar com a equipe, que informou que ele acabaria forçado a abrir mão de fazer seus shows e teria que emagrecer para o papel. Passou para a etapa seguinte, agora com a participação de Breno Silveira, que avaliaria se o artista daria conta de aprender a atuar. “Passei uma semana com a Laís Correia, que treinou os meninos de 2 Filhos de Francisco. Era todo dia, das 7h às 17h, por uma semana”, relembra, orgulhoso. “Mas o Breno ainda não se deu por satisfeito. Nesse meio tempo da seleção, fui ao Nordeste para tocar”. Em certo momento da viagem, aproveitou que estava mais ou menos perto de Exu (PE), cidade de Gonzaga, e se abalou até lá, com a família a tiracolo, só para conhecer o museu dedicado a ele. “Como a cidade da minha mãe fica na região, procurei saber a distância que estava de lá e me disseram que eram 150 km, no máximo, 200 km... Sabe quanto deu? 300 km! Chegamos lá e já estava fechando, mas vimos o museu. E estava lá quando recebi a ligação dizendo que eu tinha sido selecionado!” Chambinho lembra que o dia mais difícil no set foi quando a família do homenageado apareceu no set para uma visita. Rosinha, filha de Gonzaga, e Daniel, neto dele, deixaram o astro da produção nervoso. “Nesse dia não consegui render o esperado por conta da responsabilidade de ter pessoas da família ali. Mas eu me dediquei ao máximo”, diz ele, que não tem planos de trocar a carreira oficial pela atuação. “Minha ideia é continuar na música”, diz. “Se aparecer algo menor eu até pego. Mas pegar um protagonista é complicado.” Pensando em tudo que aprendeu sobre o ídolo nesse centenário dele, em que diversas outras homenagens também estão sendo preparadas, Chambinho revela: “Fiquei surpreso com muitas coisas. Eu não sabia que ele tinha passado quase dez anos no exército; que ele deu mais de 300 sanfonas; que foi muito bom para Dominguinhos. Além de divulgar a música do nordeste, sempre foi muito bom com seus conterrâneos e não tinha apego por dinheiro. Uma das coisas que não sabia era isso: ele recebia um dinheiro, aí aparecia alguém falando que estava precisando de um remédio e ele tirava do saco – naquela época se guardava em um saco – e dava para a pessoa.” E refletindo a respeito da relação pai e filho retratada tão intensamente no filme, pensa em como os dois eram muito parecidos, apesar de tão diferentes. “Eles eram iguais na teimosia! E na genialidade. Essa relação conturbada dos dois... o Luiz Gonzaga era um predestinado, o considero assim. Mas ele tinha essa questão da dúvida [da paternidade]”, diz ele - sempre houve uma dúvida se Gonzaguinha era seu filho biológico (vide trailer abaixo), alguns biógrafos garantem que a mãe dele, Odaléia, já estava grávida ao conhecer Luiz Gonzaga. “Eu acredito que eram pai e filho sim”, afirma o entrevistado. | |
Publicada em 29/08/2012 por: Stella Rodrigues / Rollingston |
A promessa é da gravadora Sony Music, que detém o catálogo da RCA, pela qual o rei do baião lançou a maior parte de sua obra. A empresa também negocia com a EMI o licenciamento dos álbuns que o músico pernambucano produziu pela Odeon. A reedição integra a série de comemorações do centenário do compositor, celebrado em 13 de dezembro deste ano. Com previsão de chegar às lojas em pequenos lotes a partir de setembro, o pacote soma 58 discos, que serão vendidos separadamente. Chegou-se a cogitar a edição de uma caixa com a obra completa, mas, dado o tamanho da empreitada, o produto final sairia caro demais para o consumidor. "Estamos no projeto desde o ano passado. Desses 58 álbuns, 15 nunca foram lançados em CD", contabiliza Bruno Baptista, gerente de marketing estratégico da Sony. Segundo ele, a etapa mais complexa é a restauração dos fonogramas gravados em discos de 78 rotações no período que vai de 1941 a 1960. Desse lote, ele diz, sairão 15 CDs com 16 faixas cada um. Outra iniciativa da Sony para comemorar o centenário de nascimento de Gonzagão é a preparação de um álbum de duetos póstumos, em que artistas vivos vão interpretar sobre gravações deixadas pelo cantor --algo como o que já foi feito no Brasil com a obra de Renato Russo e, lá fora, com a do norte-americano Nat King Cole. "Recuperamos tapes [gravações] de duas polegadas e digitalizamos 20 músicas", conta Baptista. "Tudo está sendo feito com direção dos músicos Fagner e José Hamilton. Ainda estamos na fase de selecionar os nomes dos convidados." BAIÃO SEM PRECONCEITO Outro projeto com artistas brasileiros interpretando o repertório de Gonzaga -só que sem a "participação" dele- já está na fábrica e deve chegar às lojas ainda neste mês. Produzido por Thiago Marques Luiz para a pequena gravadora Lua Music, "100 Anos de Gonzagão" vai trazer 50 gravações em três discos. O time de cantores tem nomes como Elba Ramalho, Dominguinhos, Amelinha, Geraldo Azevedo, Ednardo, Cida Moreira, Zezé Motta, Chico César, Cátia de França, Ângela Ro Ro, Célia, Eliana Pittman e Zeca Baleiro. Também inclui figuras da nova geração, como Gaby Amarantos, Karina Buhr, Marcia Castro, Filipe Catto, Thaís Gulin, China e as bandas Vanguart e 5 a Seco. "É um disco sem preconceito. Vai de Claudette Soares a Elke Maravilha", diz Marques Luiz. "Quis que fosse eclético, porque Gonzaga foi um dos poucos que conseguiram ser assim. Foi o primeiro a atingir, com a mesma música, o povo e a elite. Era justamente aí que morava a genialidade dele." ECOS NA TROPICÁLIA A música de Luiz Gonzaga influenciou inúmeros artistas. Desde nomes da tropicália, como Caetano e Gil, passando pelo rock dos Mutantes e de Raul Seixas, até a bossa nova de João Gilberto. Reverenciado por gerações mais recentes, Gonzagão vem recebendo diversas homenagens neste mês, em São Paulo (veja programação abaixo). Em julho, vale destacar os shows marcados para os dias 10 e 11, no Sesc Vila Mariana. Na ocasião, Fagner, Lirinha, Otto, Siba, Felipe Cordeiro, Spock e Rhaissa Bittar apresentarão versões sobre temas de Gonzaga. "Ele foi um acontecimento do tamanho de um Tom Jobim. Luiz Gonzaga afirmou, de uma vez por todas, a música nordestina no país, sem ser caricato", diz Cordeiro, que recebeu carta branca de Lirinha, diretor musical do espetáculo, para reler composições de Gonzagão como "Que nem Jiló". Colaborou LUCAS NOBILE, de São Paulo | |
Publicada em 26/06/2012 por: Marcus Preto / Folha de São Paulo |
homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga – ALCEU VALENÇA grava o videoclipe de “Sala de Reboco”, um dos maiores sucessos do Rei do Baião, nesta sexta, 22 de junho, a partir das 19h, na Casa dos Morcegos, em Olinda. A direção é de Gustavo Caldas. Alceu gravou a música no estúdio Somax, em Recife, com participação vocal e instrumental da acordeonista Lucyane Alves, integrante do grupo Clã Brasil, de João Pessoa. A ideia de recriar a composição de Zé Marcolino, imortalizada por Gonzaga, surgiu durante as recentes apresentações de Alceu em São Paulo. O dueto surgiu espontaneamente e é um dos pontos altos da turnê deste ano. A turnê nordestina de São João começa em Recife neste sábado, dia 23, no Sítio da Trindade, segue para Aracaju (domingo, 24), João Pessoa (segunda, 25) e Paulista (terça, 26). Em seguida, o cantor leva seu forró de todos os tempos a Brasília, Minas, Rio, Espírito Santo, entre outros estados. Alheio aos polietilenos de baixa densidade dos forrós de plástico que assolam a biodiversidade musical brasileira, Alceu Valença vai mostrar pra vocês como se canta o baião. | |
Publicada em 22/06/2012 por: Julio Moura |
A mais nova expressão cultural comunitária do som regional na cena musical do Recife | |
Em trajetória musical de doze anos na estrada, Mandracatu, foi fundadora da sala de Reboco do Sítio da Trindade, onde durante esses onze anos tem levado alegria aos forrozeiros autênticos, atualmente tocar para um público estimado em cinco mil pessoas nos dias de São João. Sendo composta por nove músicos do Morro da Conceição e adjacências, que fazem no melhor do Forró, o diferencial do som regional e mais três profissionais técnicos na área de produção. A banda traz experiências vividas em diversas comunidades e nos palcos do mundo artístico, como Projeto Liberdade nas Ondas do Rádio, Projeto Estação da Arte no Metro do Recife, Programa Forró E AI, Programa Sopa Diário, Pátio de São Pedro, 17º Festival de Inverno de Garanhuns 2007, PRÉ AMP 2008. É a primeira Banda a participar do intercâmbio cultural promovido pela Prefeitura do Recife entre Casa Amarela e Ibura, no círculo de festejos Natalinos 2009 no Pólo Descentralizado do Ibura, foi á única banda que esteve em Brasília-DF, divulgando seu trabalho e representando Pernambuco no aniversário de trinta anos do Partido dos Trabalhadores em fevereiro de 2010, dando continuidade a este circuito cultural, tem mostrado seu talento em shows promovidos pela Fundação de Cultural da Cidade do Recife, nos festejos de Carnaval Multicultural de 2008 a 2011, Plenárias do Orçamento Participativo da PCR 2009 e 2010 e na programação no São João, sendo escolhida através de votação direta pelos delegados do Orçamento Participativo e artistas da RPA3 em novembro de 2010, para fazer show no Réveillon do Pólo Descentralizado do Morro da Conceição, entre outros eventos desenvolvido por secretarias do município ou estado e organizações comunitárias e festas particulares. Com quatro CDs gravados com: títulos “Mandracatu” e “Forro Mandracatu Convida pra afinar a canela”, mais uma coletânea dos melhores momentos do Mandracatu, é fruto do celeiro cultural existente nos bairros populares, comprovando que traz a excelência em seu trabalho. O lançado do seu Segundo CD, foi no dia 21 de junho de 2009, no palco principal do Sitio da Trindade, com músicas inéditas dos compositores Reginaldo Moreira, Manoel Santana e Juca Guedes valorizando o tradicional Forró - Pé - de Serra. O CD “MANDRACATU CONVIDA PRA AFINAR A CANELA” é uma grande festa do forró, e com o 4º CD a ser lançado no dia 4 de agosto de 2012, que traz músicas inéditas em homenagem a Luiz Gonzaga, com o título “ Mandracatu 12 anos Exaltando o Nordeste na arte de cantar, a mesma vem se destacando na cena do Recife como expressão cultural comunitária do som regional. |
Grupo Santa Luzia tem aproximadamente 70 anos de existência. Costume é passado de pai para filho na banda, que já está na 4ª geração | |
Durante o dia, Carlos André Batista de Santanna é pedreiro. Nos dias de festa, ele cuida do legado que o pai, Romão Batista de Santanna, o 'padin Batista', deixou para ele. "Quando vivo, meu pai queria que eu lutasse pelo 'pife', me dedicasse a banda, mas eu era moleque, não queria saber disso. Há seis anos ele morreu e eu percebi que precisava cuidar mesmo. É preciso cuidar do costume, da tradição", defende Carlos André. A estrutura do grupo é simples. O pífano é feito pelos tocadores, um cano com furos do qual eles tiram o som. Pratos, zabumba e caixa acompanham os dois pífanos, marca da manifestação cultural. José Cesário da Silva, o Zé do Pifo, está há tantos anos na Santa Luzia que nem lembra mais quando entrou, só se lembra que começou com o falecido Romão. "Se eu parar, acho que morro. Isso aqui é a minha vida", se declara Zé do Pifo. Conhecido como o delegado do pífano, José Batista de Santanna toca o instrumento junto a Zé desde que tinha 12 anos de idade. Aos 53 anos, vê a filha Carla Cristina, de 24 anos, assumir o posto dos pratos e defender a tradição da família. "Ela que quis entrar, eu não tive muito o que fazer", conta José. "Eu entrei com 11 anos. Sempre gostei do som, da batida", explica Carla, que integra a quarta geração da família Batista de Santanna na banda. Nomes ilustres da cultura arcoverdense, como Lula Calixto, fundador do Coco Raízes de Arcoverde, já passaram pela Santa Luzia, mas para Carlos André, ao contrário do coco, que veio sendo valorizado, o pífano veio perdendo seu valor. "Essa é uma cultura que vem de longe, mexe com os sentimentos das pessoas. Começou com os santos, qualquer pessoa antiga sabe que festa de santo é com 'pife'. Festa de rua é uma coisa, de santo é outra. Nos sítios eles ainda valorizam a gente, quando chegamos pra tocar, desligam o rádio, entra todo mundo na dança. Aqui na cidade, ninguém liga muito", desabafa Carlos. Nascido em Arcoverde e sertanejo assumido, Manoel Ferreira Neto é um dos admiradores das bandas de pífano, em especial da Santa Luzia. "Eles que animam a novena, desde a época do meu avô. Quando tinha casamento, eram três dias e três noites de festa com pífano tocando. A festa era assim mesmo. No São João, eles e as bandas pé-de-serra faziam a alegria do povo", recorda Manoel. |
Exposição multimídia disposta em contêineres ocupará a Vila do Forró do São João de Caruaru | |
Com uma produção arrojada, a mostra idealizada por Lina Rosa (que também assina a curadoria) aporta no São João de Caruaru a partir de 15de junho. Instaurada na Vila do Forró como um oásis de cultura pop, exibe em oito contêineres embalsamados de som e cor o quanto a musicalidade de Luiz Gonzaga - entre referências tão vastas como jazz, valsas, polcas, boleros,blues, foxtrotes, marchas e sambas – é universal e perene. O termo baixio designa uma depressão geográfica onde as águas do rio ficam empoçadas em época de vazante. Na cidade de Exu, banhada pelo Brígida na Chapada do Araripe, a localidade onde Luiz Gonzaga nasceu é conhecida como Baixio dos Doidos. Inspirada no lugar onde começou o centenário de Lua, no marco zero do Rei do Baião, a escolha do nome é ao mesmo tempo histórica e biográfica, mas também pop e provocativa. Como disse certa vez Caetano Veloso, “A formação de Luiz Gonzaga é pop, uma solução que ele, imigrante, morando no Rio, tentando a vida, descobriu. Ali na transação da Rádio Nacional e das gravadoras. Ele inventou algo que funcionou. É algo pop, como os Beatles”. No passeio cenográfico, uma ambientação delicada mas impactante transporta o público para a aura dos clássicos: ABC do Sertão, Respeita Januário, Siri Jogando Bola, Xote das Meninas, Paraíba, Samarica Parteira, Asa Branca e a Morte do Vaqueiro. Cada qual remonta a uma poética visual distinta, contando com artistas que trazem, sob novas versões estéticas, um frescor ao encontro com Gonzagão. Participam do projeto nomes como Arnaldo Antunes, Rhaissa Bittar, Otto, Jorge du Peixe, Naná Vasconcelos, Dominguinhos, Renato Borghetti, Arlindo dos 8 Baixos, além de acordeonistas internacionais, em arranjos inovadores com a direção musical de Carlinhos Borges. Helder Ferrer é o responsável pelas fotografias e a direção de produção é de Gracinha Melo. Em cada uma das oito caixas mágicas, verdadeiros tesouros reinventados, vão se descortinando diante de olhos e ouvidos o lado B de Luiz, além das alegorias regionais de Luiz Gonzaga em recortes e releituras da sua obra. Numa criteriosa seleção de relicários de sua discografia, a mostra apresenta instalações criativas a partir de canções emblemáticas. Cada música recebe abordagens e tratamentos sonoplásticos adequados para a instalação conceitual e sinestésica. A montagem trará ensaios fotográficos, intervenções cenográficas e intercâmbio de linguagens inspirados nas letras e nos ritmos gonzaguianos. De modo inusitado, Baixio dos Doidos proporciona novas interpretações sobre a obra, estimulando a imaginação e a sensibilidade do observador. |
Neste mês de junho, a tradição junina da cidade do Recife ratifica a efervescência cultural que aqui encontramos. No ano do centenário de Luiz Gonzaga, pontos para dançar forró agarradinho podem ser encontrados por todos os cantos do município e nos 365 dias do ano. Por esse motivo, a Agenda Cultural do Recife foi buscar os locais que abrem espaço para esse estilo musical em diferentes localidades da região. Começamos o nosso roteiro “forrozeiro” pela Casa do Forró*, no Pina. O espaço, que existe há dois anos, surgiu quando Iggor Leonardo Rodrigues e seu pai, Antônio Rodrigues, começaram a realizar shows de forró todas as quintas-feiras no antigo Restaurante Cangaceiro. O negócio ganhou tantas proporções que foi necessário transferir o restaurante de endereço e deixar aquele espaço dedicado ao estilo musical nordestino. “O pessoal gostou tanto que tivemos que fazer shows de forró com mais frequência”, frisou Iggor Rodrigues. A Casa do Forró* funciona todos os sábados, a partir das 15h, com no mínimo três atrações por dia e a entrada custa R$ 20. Saindo do Pina, fomos até a Casa de Seu Luiz*, no Cais das 5 Pontas. O point do forró, que está aberto há seis meses, funciona todos os sábados, a partir das 18h, no Bar Vapor 48, que fica ao lado do Catamarã. “Sempre há muita procura por parte dos turistas de locais que toquem forró. Por isso, decidimos abrir este novo atrativo do ritmo”, disse Frederico Campos, um dos responsáveis pelo local. O couvert artístico do ambiente custa R$ 20. Logo mais à frente, conhecemos o espaço Pé na cova – A sua casa de forró universitário*, no bairro de Santo Amaro. Segundo o proprietário, Porfírio Sá, o local funciona desde 2001, sempre nas sextas-feiras, a partir das 17h. “Trazemos todas as sextas, duas ou três atrações no estilo forró universitário ou pé de serra. A entrada, normalmente, é gratuita. As pessoas só pagam o que consomem.” Pegando a Avenida Norte, fomos parar no Nitro – Aconchego do forró*, em Casa Forte. O ambiente “forrozeiro” fará um ano no mês de agosto e funciona todas as sextas, a partir das 21h, ao lado do Ibama. A entrada custa R$ 10 (para mulheres) e R$ 15 (para homens). Voltando um pouco, passamos pelo Ibiza Club*, na Madalena. O espaço funciona há três anos e traz aos recifenses duas atrações por noite todos os sábados, a partir das 22h. A entrada custa R$ 30. Depois de passagens rápidas por esses dois pontos, o nosso destino foi a Sala de Reboco*, no Cordeiro. A Sala de Reboco* foi inaugurada no ano de 1999 e é um lugar dedicado ao autêntico forró pé de serra, além de ter um público fiel e de qualidade, que é atraído pela boa música. O espaço funciona todas as quintas, sextas, sábados e vésperas de feriado, a partir das 22h, e o couvert custa R$ 20. Por lá, já passaram cantores como, por exemplo, Dominguinhos, Amelinha, Arlindo dos 8 baixos, Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Azulão, Jorge de Altinho, Nando Cordel, Alcymar Monteiro, Flávio José, Santanna e Novinho da Paraíba. O palco é decorado com tecidos de xita e painéis com paisagens sertanejas. A Sala de Reboco possui também uma cozinha regional típica e uma decoração rústica com paredes pintadas por artistas plásticos pernambucanos. Para Fred, da dupla Fred e Mary, que tem pouco mais de um ano de formação, hoje em dia, é natural a cidade do Recife ter forró o ano inteiro. “O foco não está apenas no São João, pois até no Carnaval existem polos que tocam forró. O centenário de Luiz Gonzaga trouxe algo muito positivo para todos nós que tocamos forró. As comemorações dos 100 anos do Rei do Baião abriram muitas oportunidades”, disse. Ainda de acordo com Fred, muitos turistas quando chegam ao Recife, procuram as casas que tocam forró. “Já chegamos a fazer shows nos próprios hotéis e pousadas. O nosso trabalho começa nas quintas-feiras e só termina no domingo. Isso porque todos querem dançar um forrozinho”, pontua. Saindo da Sala de Reboco*, passamos pelo Forró da Gula*, que é realizado todas as sextas-feiras, a partir das 22h, na Boate Corsário Club, na Caxangá. O local toca todos os estilos de forró e a entrada custa R$ 25. Depois de conhecermos o Forró da Gula*, fomos até o Espaço Cultural Dominguinhos*, inaugurado no dia 17 de março deste ano, no bairro do Engenho do Meio. “O espaço foi criado por Ivan Ferraz. Abrimos aos sábados, das 13h às 18h, trazendo entre duas e três atrações por dia para animar os amantes da música regional. A entrada custa R$10”, explicou Helena Silva, que é secretária da presidente da Associação dos Servidores da Sudene, Elba Rejane Pereira Clementino. A cantora Valkiria Nunes, da banda Maria Fulô, fala que ambientes como o Espaço Cultural Dominguinhos* ajudam a divulgar o forró tradicional, além de incentivarem os artistas que estão começando agora a divulgar os seus trabalhos. “Antes, sem ser no mês de junho, nós não tínhamos muitos locais para tocar forró. Agora, com as comemorações do centenário de Luiz Gonzaga, estamos tendo mais oportunidades tanto aqui na capital como no interior do Estado de Pernambuco.” Já o cantor João Lacerda enfatiza que todos os forrozeiros devem tirar o chapéu e agradecer essas casas de forró pela oportunidade de estarem mostrando seus trabalho o ano todo. “Pernambuco é a terra do Rei do Baião e essas casas facilitam as nossas vidas, dando-nos a chance de mostrar o ritmo do forró em diferentes épocas do ano.” Deixando o Espaço Cultural Dominguinhos*, o nosso ponto de refúgio final foi o bar e restaurante Nosso Quintal*, no Torrões. Há pouco mais de 20 anos, o produtor cultural Marcos Veloso anima os recifenses com muito forró. “Todas as sextas-feiras, das 18h à 1h, existe a Roda de Sanfona e Poesia com exibição de documentários que retratam a vida do Mestre Lua. É uma espécie de preparatório para o Encontro de Sanfoneiros do Recife que realizamos todos os anos no mês de dezembro”, pontua o produtor. Aos sábados, das 15h às 20h, Marcos Veloso desenvolve um trabalho antológico voltado para o choro pernambucano. Lá, ainda tem o Espaço Cultural Alberto da Cunha Melo/ Xico Bizerra. “É um quintal aberto às manifestações culturais pernambucanas. O lugar é uma homenagem aos poetas pernambucanos da Geração 65”, esclarece Veloso. O produtor Marcos Veloso ainda desenvolve sempre no último domingo de cada mês, das 15h às 18h, no Centro Cultural Correios, no Bairro do Recife, o projeto Correios Sanfonado. “A iniciativa surgiu da necessidade de apresentar os instrumentistas (sanfoneiros) de uma forma mais universal, mostrando, além dos ritmos regionais (forró, xote e baião), a diversidade cultural como choro, frevo, maracatu, valsa, tango, bolero e jazz”, diz. O projeto foi lançado em novembro de 2009 e tem o objetivo de mostrar a habilidade de cada instrumentista nos diversos gêneros musicais, além de proporcionar à população o acesso à música instrumental, de forma democrática e gratuita. Enfim, são muitos os pontos de forró que podemos encontrar na cidade do Recife. Não podemos esquecer que as regiões vizinhas como Olinda e Cabo de Santo Agostinho também possuem atrativos nessas áreas. Ou seja, a Região Metropolitana do Recife respira e vive forró o ano todo. Por conta disso, vamos encerrar esta matéria citando alguns outros pontos de forró que estão disponíveis durante os 365 dias do ano. Então, programe-se e vá “simbora” curtir um forrozinho. Forró do Ananias Todos os sábados, a partir das 22h Rua C, 84, Ponte dos Carvalhos, Cabo de Santo Agostinho (Por trás do Centro Cultural Mestre Diê) Forró do Abidoral Todas as sextas-feiras, a partir das 18h Associação dos Moradores da Cohab – Cabo de Santo Agostinho (Por trás da UPA) Será transferido para o Clube Destilaria, no mês de julho. R$ 10 São duas atrações por noite: Xinelo Rasgado e alguma outra atração convidada 8757-6252 http://abidoral.com.br/ Restaurante O Cangaço Todos os sábados, a partir das 21h Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho Chácara do Gaúcho – Forró e Gente Bonita Todas as sextas, a partir das 21h30, no Sítio Canoas, em Nossa Senhora do Ó (Ipojuca) Forró do Casa Grande Av. Bernardo Vieira de Melo, 1300, Piedade Quartas-feiras, a partir das 20h R$ 4,90 (couver) 3093-1353 Iguana Café QUARTA-FEIRA DA BURGUESINHA, A PARTIR DAS 22H Avenida Conselheiro Aguiar, 479, Boa Viagem R$ 30 (mulheres) e R$ 40 (homens) 3053-2637 ARRASTA-PÉ NA QUINTA DO GALO SEDE DO GALO DA MADRUGADA RUA DA CONCÓRDIA, 984, BAIRRO DE SÃO JOSÉ ATÉ JULHO TODAS AS QUINTAS, A PARTIR DAS 20H COUVERT NO VALOR DE R$ 20 (INDIVIDUAL) E R$ 100 (MESA PARA 4 PESSOAS) 3224-2899 Spirit Music Hall Todas as quintas-feiras, a partir das 22h30 R$ 20 (mulher) e R$ 30 (homem) (depende da atração) Rua do Futuro, 821, Aflitos 3268-4080 ou 3241-9446 Casa de Mainha Todas as sextas-feiras, a partir das 21h Rua José Austregésilo, 136, Arruda 9226-3295 / 8727-1202 / 8524-7702 Forró de Arlindo Todos os domingos, a partir das 17h Av. Hildebrando de Vasconcelos, 2900, Dois Unidos 3443-9147 R$ 10 (Forró do Arlindo está parado, mas retornará) Arriégua Todos os sábados, a partir das 12h Rua General Polidoro, 955, Cidade Universitária Bar da Kelly Sextas-feiras, das 16h às 22h R$ 5 ou R$ 10 (depende da atração) Avenida Professor Artur e Sá, 1310, Cidade Universitária 3453-4862 Baile Perfumado (antiga Casa de Zé Nabo) Com novo formato, o local faz seu show de estreia no primeiro dia de junho. 3269-3774 / 3269-1325 Projeto Roda de Pé de Serra Todas as sextas, das 18h até 23h Rua Bispo Coutinho, 780, Alto da Sé, em Olinda 3429-2166 / 9907-5217 Couvert de R$ 10 Sítio das Artes - Olinda Todas as sextas-feiras, a partir das 18h Rua Bispo Coutinho, 780, Alto da Sé, em Olinda 3429-2166 / 3439-4777 www.olindasitiodasartes.com.br Bar Longe de Casa Av. Governador Carlos de Lima Cavalcante, 3439, Casa Caiada, em Olinda 3431-6854 / 8846-3403 Todas as quintas-feiras, 21h R$ 5 Casa da Rabeca No dia 21 de abril de 2002, realizando um sonho do mestre Salustiano, foi fundada a Casa da Rabeca do Brasil na cidade Tabajara, em Olinda. Trata-se de um espaço dedicado à preservação da cultura e tradição do Estado. Rua Curupira, 340, Cidade Tabajara, em Olinda 3371-8197 / 9606-0181 / 8899-1370 www.casadarabeca.com.br Forró na orla Todo último sábado do mês, das 19h às 21h No Point Acaiaca, na Avenida Boa Viagem 8757-6252 Endereços dos pontos citados na matéria: Casa do Forró Rua Melqui Ribeiro, 31, Pina Por trás do Atacadão da Construção do Pina (Antigo Restaurante Cangaceiro) www.casadoforrorecife.com 3465-3579 Casa de Seu Luiz Bar Vapor 48 Cais das 5 Pontas (ao lado do Catamarã) 9998-2598 / 8660-6539 Pé na cova Rua Pedro Afonso, 300, Santo Amaro Por trás da UPE (Hospital Oswaldo Cruz) 3222-7600 www.forropenacova.com.br Nitro - Aconchego do Forró Av. 17 de agosto, s/n, Casa Forte (em frente ao CPOR – Ao lado do Ibama) 8831-8356 Sala de Reboco Rua Gregório Júnior, 264, Cordeiro (81) 3228-7052 www.saladereboco.com.br Ibiza Club Rua Benfica, 505, Madalena 3125-0250 / 8529-5927 Forró da Gula - Boate Corsário Club Avenida Caxangá, 5570, Caxangá (300 metros do Golf Club) 8592-0323 / 3254-7717 Fly promocional: R$ 20 Espaço Cultural Dominguinhos Associação dos Servidores da SUDENE Rua Lindolfo Collor, s/n, Engenho do Meio 3271-1994/ 2102-2741 http://palcomp3.com/ivanferraz Nosso Quintal Rua Leila Félix Caram, 15, Torrões (Ao lado da sede da Chesf) 3228-6846 / 9242-6231 Contatos: João Lacerda www.palcomp3.com.br/joaolacerda 8808-8888 Fred e Mary 9943-8529 8524-2193 9743-2743 3228-4352 Banda Maria Fulô 9233-9234 / 9739-2215 www.forrozeirospe.com.br Fonte: Agenda Cultural do Recife - Junho/2012 http://agendaculturaldorecife.blogspot.com.br/2012/06/o-recife-tem-forro-o-ano-todo.html | |
Publicada em 11/06/2012 por: Gianfrancesco Mello |