Nambu. Aves da fam. Tinamídeos, gên. Crypturus (veja também "sururina" assim como "macuco", pois as espécies do gên. Tinamus na Amazônia também são "inambus"). As 14 espécies brasileiras deste gênero representam um tipo homogêneo quanto ao feitio, variando apenas de tamanho e um tanto no colorido. Algumas espécies são de cor uniforme, outras têm abundantes desenhos de linhas escuras no dorso e sobre as asas. A cauda ou falta ou é representada por penas tão curtas, que as coberteiras as escondem.
Os dois sexos quase que não se diferenciam. São aves que vivem no chão, alimentando-se de frutos e sementes; voam pouco. Os ovos são lisos e lustrosos, de cores verde-azulada ou branco-chocolate.
Conquanto, pelas suas dimensões menores, estas aves não proporcionem ao caçador tanta carne como os mutuns e jacus, a caça aos inambus é das mais apreciadas. E onde ainda haja matas, nas quais ao menos nos meses da procriação seja proibido perseguir as aves.
Quem souber "piar" (ou com o pio apropriado ou simplesmente soprando no côncavo das mãos, de modo a produzir o som adequado), consegue atrair a ave, escondida no mato. Cada espécie de inambu pia de modo diverso, porém todas elas emitem apenas assobios curtos, cheios e sonoros, repetidos no mesmo tom ou formando escala ascendente ou descendente.
Os pios das duas espécies mais comuns no Sul, o "guaçu" e o "chororó", imitam-se bem assobiando e mantendo um pouco de saliva na ponta da língua encurvada, para assim emitir som trinado.
A espécie maior assobia uma escala ascendente, a menor, ao contrário, desce a escala cromática e ambas apressam os intervalos e a duração das notas finais. Conquanto piem principalmente de manhã e à tardinha, também durante o dia se lhes ouve a voz.
0 "jaó" que pertence ao mesmo gênero, emite apenas 4 notas, também apressadas no final.
O povo achou tão singular a falta de penas caudais nestas aves, que aproveitou o fato para um provérbio: "Inambu, de tanto fazer favor, ficou sem rabo"; assim o caipira confirma o conceito do ditado mais em voga na cidade: "Quem empresta, não melhora".
INAMBUANHANGA - Ou "i.-saracuíra".
Fonte: Caatinga Mata Branca