quinta-feira, 11 de junho de 2020

Santanna "O Cantador": talento do mais autêntico forró nordestino

Santanna – O Cantador - é um artista nordestino nascido no Juazeiro do Ceará, no dia 29 de fevereiro de 1960, ano bissexto recebido pelas mãos firmes e carinhosas da parteira Maria Baião. Dizem que foi aí que se ouviu o seu primeiro aboio.         

Artista completo, ele pinta, desenha, esculpe, toca violão, canta e é poeta de primeira. Descendente de família de artistas com influência do aboio do vaqueiro nordestino, do canto das lavadeiras e das rezadeiras e, ainda, envolvido pelo canto dos violeiros e emboladores, além da maior de todas as influencias: Luiz Gonzaga.          

Santanna conheceu o Rei do Baião em 1984 e se tornaram amigos. Participou de vários shows, abrindo e fechando as apresentações de Gonzagão por várias regiões deste Brasil. Essa intimidade lhe deu mais empenho e coragem de sair por aí enaltecendo as qualidades do mais autentico forró.         

Santanna lançou seu primeiro disco em 1992, mas foi a partir de 1995, quando saiu do banco onde trabalhava e decidiu viver exclusivamente da música.  Começou a fazer sucesso a partir de 2002, quando registrou a venda de mais de 100 mil cópias do CD "Xote Pé de Serra".  Duas musicas marcaram definitivamente a sua carreira: “Ana Maria” e “Tamborete de Forró”. 

Mas, outras também são muito antadas por todo o Nordeste,  principalmente no período junino: “ Se tu quiser”, “Doidin por você”, “Bebim de Paixão”, para citar apenas essas.           

Com toda a sua simplicidade, Santanna canta o verdadeiro forró com muita autenticidade e talento. Defende as raízes fincadas pelo Rei do Baião e enche de orgulho os que fazem a cultura popular nordestina. 

Jackson: um ícone da nossa música popular

Quem teve o privilégio de assistir as apresentações de Jackson do Pandeiro e sua mulher, Almira Castilho,  no auditório da Rádio Jornal deve reconhecer o talento desse nordestino de valor. Cantor e compositor, nasceu em Alagoa Grande (Paraíba) em 31 de  agosto de 1919. Começou tocando zabumba acompanhando a irmã cantora de coco-de-roda.  Morou em Campina Grande e João Pessoa, mas foi no Recife que seu nome se projetou como cantor de emboladas, coco, baião, xaxado  frevo, entre outros gêneros musicais.  

O sucesso chegou um pouco tarde.  Jackson já tinha 35 anos de idade quando  gravou o primeiro disco:  “Sebastiana”.  Depois vieram “Um a Um”, “Forró em Limoeiro” e uma carrada de 30 LPs, todos motivo de pesquisa por parte dos estudiosos de nossa musica popular. O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, considerou Jackson o maior ritmista da historia da musica popular brasileira. José Gomes Filho era seu nome de batismo. Achou bonito Jack que era o nome de um artista do cinema mudo da época. Virou Jackson para ficar mais sonoro.  Morreu em Brasília e foi sepultado no Rio. São inúmeros os grandes cantores e compositores da atualidade que se inspiraram no talento de Jackson do Pandeiro no inicio de suas carreiras. Jackson se transformou em um ícone da historia musical do Brasil.  

Cylene Araújo: a cantora do maior show do mundo

Ela faz parte do Livro dos Recordes por ter conseguido cantar durante 50 horas ininterruptas (dois dias e duas horas) um repertório de 600 musicas em homenagem ao Rei Luiz Gonzaga.  Foi em São Paulo, em dezembro de 2000 e foi registrado pela imprensa do Brasil inteiro no Centro de Lazer Patativa, na Zona Sul da capital paulista. Cylene Araújo é detentora desse feito, que está registrado no livro “O maior forró do mundo – a história do supershow de 50 horas”.          

Nascida em Vertentes, interior de Pernambuco, Cylene veio ainda criança morar no Recife. Começou a demonstrar tendência para as artes fazendo teatro infantil aos 5 anos de idade. Três anos depois participou do programa “Catavento”, da TV-Jornal,  integrando o coral “Meninos Cantores de Pernambuco”. Quando o programa acabou em 1979 ela foi para a TV-Universitária e ao lado do Palhaço Belezinha (João Moreno) apresentou o programa “Mundo Mágico”.           

No inicio da carreira, Cylene cantava musicas dos repertórios de Maria Betânia e Rita Lee até se decidir fixar sua trajetória na raiz musicalnordestina passando a cantar forró, xote, baião, frevo e ciranda.  Já gravou mais de três dezenas de discos, incluindo DVDs. 

 

Outra faceta de Cylene Araújo é gostar de escrever, principalmente sobre a cultura popular. De sua autoria é a obra “Dona Duda - a primeira Cirandeira do Brasil”. Outro livro foi sobre emboladas e repentes, com a dupla Caju & Castanha.  E o seu ultimo trabalho retratou a figura de Irmã Ivã, do Convento de São Francisco de Assis, do Cabo de Santo Agostinho.           

Aproveitando a explosão do forró em 1996, Cylene foi para São Paulo e participou da maioria dos programas musicais de Televisão, transmitidos em rede nacional.  Já ultrapassou as fronteiras do Brasil se apresentando em Portugal, onde costuma voltar todos os anos.                

Atualmente, mantém o programa “Forrobodó”, na Rádio Universitária FM, onde procura destacar o artista e a musica regional.