Oriundas do Estado da Paraíba, as Tribos de Índios foram incorporadas ao Carnaval do Recife, sendo muitas vezes confundidas com os caboclinhos. Apresentam danças bastante complexas, acompanhando o ritmo marcado pela musicalidade indígena, com temáticas ligadas à luta, guerra, morte e ressurreição.
As primeiras Tribos de Índios que se apresentaram no Carnaval do Recife foram a Tupi-Guarani (fundada em 1951), a Tupi-Papo-Amarelo (1962) e a Paranaguazes (1953), as duas primeiras fundadas no Estado da Paraíba e a terceira criada em Pernambuco sob influência paraibana. A Tribo de Índio Tupi-Guarani era liderada por Perré, descendente de índio proveniente da Paraíba que influenciou o surgimento de diversos outros grupos no nosso estado, deixando como legado, inclusive, um tipo de dança executada pelos Caboclinhos e pelas Tribos de Índios com seu nome.
Assim como nos caboclinhos, a apresentação conta com a presença de personagens e de cordões de índios e índias. O porta-estandarte normalmente abre o desfile, seguido do cacique e da cacica (alguns grupos também trazem rei e rainha), puxante, espião e feiticeiro, finalizando com os cordões. Os cordões apresentam-se em duas fileiras: as índias de um lado portando machadinhas, e os índios de outro com lanças na mão direita e escudos na mão esquerda. Além destes, as agremiações trazem o conjunto de músicos e algumas delas apresentam alas de crianças.
Os participantes normalmente pintam o corpo de vermelho e usam camisas de cetim ou veludo com desenhos de escudos e machados no centro. A indumentária, incluindo os leques e cocares, é confeccionada com penas de peru, de pato, além de boá. O figurino, os adornos e o estandarte são ricamente decorados com franjas, lantejoulas e pedrarias.
O baque geralmente é composto de dois bombos (ou surdos), maraca (ou ganzá) e gaita. Executam músicas singulares, que influenciam diretamente na coreografia/evolução, momentos em que alguns grupos apresentam o perré, a macumba, a matança (parte encenada em que os índios lutam para se estabelecer como pajé), e outras evoluções. As loas muitas vezes falam das guerras, de lideranças que já se foram, do próprio grupo e da religião.
Assim como ocorre nos caboclinhos, grande parte dos mestres das Tribos de Índios são seguidores da Jurema ou do Candomblé, dando um toque de religiosidade à manifestação.
TUPI GUARANI
O Clube de Índios Tupi Guarany foi fundado no bairro de Caixa d´Água (Olinda) em 15 de setembro de 1945, dando início à história das Tribos de Índio de Pernambuco, já que, até então se tratava de uma manifestação cultural da Paraíba. Por iniciativa do paraibano Severino José da Silva, conhecido por Perré, a Tribo foi fundada com seus amigos Valdemar, José e Sebastião.
Apesar de não se saber o real motivo de Perré ter voltado para a Paraíba, muitos líderes de outras Tribos de Índios que brincaram na Tupi Guarany falam do legado que Perré deixou relacionado ao formato, à musicalidade, à indumentária e, principalmente, às coreografias dessas agremiações que, até hoje executam uma evolução específica com o nome de Perré.
As atividades da Tupi Guarany foram assumidas por José Caetano de Oliveira, gaiteiro da Agremiação, que deu continuidade à brincadeira até abril de 2001, quando faleceu. Sua esposa, Dona Maria de Lourdes, que já estava na presidência do grupo desde 1985, mantém a agremiação até os dias de hoje.
Tem como cores oficiais o vermelho e o amarelo e como símbolos a figura de um Índio, setas e machados, presentes no estandarte e nas fantasias. Participa do concurso de Agremiações Carnavalescas da Prefeitura do Recife, onde já conquistou diversos títulos.
Endereço: Rua Córrego dos Carneiros, 2ª travessa, n° 35, Caixa D´Água, Olinda, PE
Contato: (81) 3443.7018 / 98627.7952
TRIBO DE ÍNDIO TUPINAMBÁ
A Tribo de Índio Tupinambá foi fundada como Caboclinho em 10 de fevereiro de 1980, por Sebastião José de Silva, no bairro de Areias. Após a morte de seu fundador/presidente em 2000, a Tribo suspende suas atividades e passa dois anos sem desfilar. Em 2002, Cidiclei Simões, devido à experiência de ter desfilado na Tribo Tupi Guarany durante 19 anos, entra em contato com a família de Seu Sebastião e pede autorização para dar continuidade ao Tupinambá. A partir de então, a agremiação passa a desfilar como Tribo de Índio e fazer parte da comunidade da Linha do Tiro.
Tem como cor oficial o vermelho e como símbolos o machado, a lança e o escudo, elementos presentes no estandarte e nas fantasias. O figurino é idealizado pelo próprio Cidiclei que, junto com sua mãe, irmã e esposa, confecciona as fantasias, os adereços e os cocares. A sede funciona em sua própria casa e se estende por toda a rua, onde ocorrem ensaios e festas. Presidente: Cidiclei Simões de Melo.
Endereço: Rua Large Grande, nº 96, Beberibe, Recife
Contato: (81) 98846.0418 / 98329.2850 / 98846-0418
TRIBO DE ÍNDIOS TUPINIQUINS
A Tribo de Índios Tupiniquins foi fundada em 15 de janeiro de 1922, no bairro de Afogados, por José Manoel dos Santos, Inaldo Galdino da Silva, José Manoel da Silva e Maria José Correia da Silva.
A partir da década de 1980, a agremiação passa a desfilar no Concurso de Agremiações Carnavalescas, obtendo diversos títulos de campeã e vice-campeã.
Seu símbolo é o próprio índio Tupiniquim e suas cores oficiais são o vermelho e o amarelo, influências da ligação da agremiação com os cultos indígenas da Pajelança e do Catimbó, que dão um toque místico à Tribo. O presidente é João Batista Galdino da Silva.
Endereço: Rua do Maruim, nº 163, São José, Recife.
Contato: (81) 98734.3520 / João – 99834.8278
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