segunda-feira, 19 de abril de 2021

Henrique Albino lança o álbum “Música Tronxa”

 O instrumentista e arranjador pernambucano Henrique Albino lançou nesta semana o seu álbum de estreia,  ”Música Tronxa”, em todas as plataformas digitais. Financiado pelos recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco, o disco disco de estreia do músico apresenta temas que articulam as raízes musicais pernambucanas à liberdade expressiva do jazz, bem como à complexidade da rítmica polimétrica e às possibilidades melódico-harmônicas da música Pós-Tonal.


O resultado é uma obra arrojada, mas não hermética ou acadêmica. Um disco que coaduna conflitos métricos, frases atonais, motes seriais e sonoplastias a melodias encantadoras que desvelam paisagens etéreas e improvisos incendiários plenos de risco, individualidade e senso de grupo. Tudo isto, por sinal, sem comprometer qualquer traço da identidade nordestina. Daí que a música é “tronxa”, com “x”, no melhor “pernambuquês”, como revelam “Apofenia”, tema de abertura que faz menção às batidas do maracatu rural da Zona da Mata do estado; as intervenções sonoras de matriz indígena em “Claranã”; ou “Salto Quântico”, faixa na qual podemos vislumbrar o frevo voltando-se para o amanhã.
Acompanhando Albino, um time de jovens e brilhantes músicos que incorporaram suas ideias e musicalidade ao ponto de formarem não um combo, e sim um organismo. No acordeão, o virtuoso, moderno e peculiar Felipe Costta. No baixo elétrico, Filipe de Lima, o chão firme num espaço sonoro transmutável. E na bateria, o multidirecional, técnico e criativo Silva Barros.

Gravado nos dias 13 e 14 de janeiro deste ano no Fábrica Estúdios, a música foi registrada sob o calor do “aqui, agora” inerente à captação ao vivo, formato apropriado às linguagens da música improvisada. O design é de Lucas Emanuel da agência CCQ, a foto da capa, de Felipe Schuler e as imagens da sessão de gravação, de Eládio Ferreira. Uma produção do selo Boa Vista Jazz Records. Aperte o play e confira:

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